Ao longo dos meses nossa Bellinha foi ganhando peso e sempre comemoramos graminha por graminha!! A necessidade de oxigênio também foi reduzindo aos poucos, mas foi o último que ela largou… era um vício que ela não conseguia largar!! Ficou praticamente um mês só esperando ela não precisar mais do oxigênio… e, depois de uma semana sem o oxigênio, com praticamente 5 meses e meio de UTI neonatal, ela teve alta!!!
Nossa que dia feliz e ao mesmo tempo cheio de emoções confusas!!! Medo, ansiedade, felicidade, alegria, esperança… é algo pelo qual esperávamos desde que ela nasceu, mas ao mesmo tempo não é exatamente como ir pra casa com um recém nascido à termo. É mais um capítulo daquela montanha russa de emoções que começa… um trilho diferente, com curvas, subidas e descidas diferentes, menos intensas em alguns momentos e mais intensas em outros. É até estranho dizer isso, mas quando vai chegando a hora da alta… esse medo vem e ficamos pensando como será em casa sem o suporte que temos na UTI?!
A partir daquele dia, não teríamos mais que ficar longe dela nenhum segundo… ela dormiria no bercinho dela, com as coisas dela, bem perto de nós. 🙂 Era um sonho se tornando realidade… estávamos levando nossa filha pra casa… algo que parece simples quando se tem um filho, mas que se torna um evento, quando
é com um prematuro! A saída é acompanhada por uma técnica, que nos leva até a porta da maternidade, mas também médicos e amigos da UTI nos acompanham – desde a porta da UTI, até a porta de saída da maternidade… todos muito emocionados.
Nesse momento, apesar de ter mais de 5 meses, ela parecia um bebê recém nascido – pesando aproximadamente 3,7 Kg – mas já sorria e interagia muito mais do que um bebê que acabou de nascer… as pessoas na recepção da maternidade até se impressionaram com os sorrisos dela e os olhinhos atentos a tudo… ouvimos até uma senhora dizer: “nossa, já está até sorrindo!” 🙂
Fomos pra casa cheios de muita recomendação, uma lista de remédios tão grande, que eu nunca tinha visto. Até esse momento, apesar de eu já cuidar parcialmente dela, pois eu já trocava fralda, dava remédios, etc.. as técnicas de enfermagem eram responsáveis por tudo e tinham tudo super organizado. Quando chegamos em casa com ela, além da recomendação de não receber visitas por um longo período, tínhamos que montar um esquema pra não esquecer dos muitos horários de vários remédios e ao mesmo tempo tomar o cuidado de não conflitar com os horários da alimentação dela, que ainda era só o leite materno intercalado com o artificial (pra ganhar peso).
Outro desafio era encontrar uma mamadeira com a qual ela mamasse!! Ela teve dificuldade de se adaptar com outra mamadeira que não fosse exatamente a que ela usava na UTI!! Mas ela chegou mamando super bem, acostumada com a rotina da UTI, ela mamava nos horários corretos, dormia a noite toda (apesar de eu não dormir – porque qualquer mexida no berço eu já estava de olho no que estava acontecendo).
Era um começo de uma nova fase.